Obrigado Senhor por dar-me tamanha riqueza enfim
Farei questão de ser o velho mais avarento
O sovina mais podre, o cão mais nojento
Pisarei em todos como pisaram em mim.
Nunca darei esmolas a nenhum mendigo de praça
De meu prato não sairá uma migalha de pão
Deixe que eles vivam em sujas caixas de papelão
E resolvam seus problemas com um gole de cachaça.
E quando chegar minha fatídica hora
Sei que toda riqueza que preservo agora
Infelizmente, não me acompanhara até o chão.
Farei meu último desejo, então, uma hora antes
Cubram de ouro, prata, rubis e diamantes
Meus dentes e cabelos, meu terno e meu caixão.