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Romárico Selva

O egoista.

Obrigado Senhor por dar-me tamanha riqueza enfim

Farei questão de ser o velho mais avarento

O sovina mais podre, o cão mais nojento

Pisarei em todos como pisaram em mim.

 

Nunca darei esmolas a nenhum mendigo de praça

De meu prato não sairá uma migalha de pão

Deixe que eles vivam em sujas caixas de papelão

E resolvam seus problemas com um gole de cachaça.

 

E quando chegar minha fatídica hora

Sei que toda riqueza que preservo agora

Infelizmente, não me acompanhara até o chão.

 

Farei meu último desejo, então, uma hora antes

Cubram de ouro, prata, rubis e diamantes

Meus dentes e cabelos, meu terno e meu caixão.