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Marcellus Augusto

A poesia é a estrada

Estou de volta aos meus poemas, 

Admito que tentei fugir das minhas palavras 

Corri da caneta, 

Me escondi dos meus pensamentos e disfarcei a minha vontade. 

Mas não tenho como fugir, 

Não tenho para onde correr,

Nem sou bom ator para disfarçar a minha vontade,

Muito menos interpretar algo que não sinto. 

Estou escrevendo para aliviar a minha dor

Alcançar o prazer e satisfação nas palavras,

Produzir algo dos meus pensamentos 

Encontrar arte no caos que habita dentro de mim 

E conquistar a alegria de escrever o que penso. 

Nesse processo de reflexão,

Posso dizer que as minhas dúvidas continuam, 

Minha insegurança sobre o futuro reina, 

Mesmo sendo tão jovem, me sinto envelhecido por dentro, 

Os desafios da vida são tantos e preciso me preparar, 

Preciso controlar os meus desejos,

Recolocar em ordem as minhas paixões,

Amar mais, amar muito, amar de forma exacerbada

Parar de fazer o mal e fazer o bem,

Bater de frente com as minhas crises,

E ser corajoso para enfrentar as batalhas que aparecerão.

Escrevo os meus poemas, como uma forma de me sentir bem, mesmo sabendo que não sou bom escrevendo, 

Sentir que posso passar o que sinto, ainda que me falte elegância gramatical e poética. 

Dentro do caos interior, permito que as palavras, frases e ideias apareçam,

Sem me preocupar com a ordem do texto, ou a lógica interna do conteúdo, 

Apenas, eu me deixo derramar o meu ser nas palavras,

Permito ser pouco metódico, 

Permito-me abdicar da lógica, apenas por um instante,

Permito-me ser mais humano,

Permito-me tocar e ser tocado pelo outro, por meio dos meus poemas. 

Estou seguindo, 

Estou assumindo as minhas palavras, 

E deixando todas elas me assumirem

Colocando em ordem e desordem tudo que sinto e vivo, 

Fazendo da arte o meu documento histórico, 

A minha testemunha silenciosa,

O meu refúgio diante das dores do mundo, 

O remédio para as minhas dores, 

O meu prazer sexual da madrugada,

A minha alegria da manhã,

E a minha oração da noite.