Dia por dia afundo
Num poço sem fundo
Vivendo em um submundo
Criado por minha mente
E no meu submundo eu pondero:
“Será que passarei por isso?
- Talvez um dia, eu espero”
Mas caio em si e me desespero,
Pois não sei se tenho forças
De recomeçar do zero.
E no meu submundo meu peito aperta
Como se houvesse uma ferida em carne viva, aberta
Que sufoca, queima e me tira a sanidade
Com tanta crueldade
Que até o pior dos demônios teria piedade.
No meu submundo
Tento retomar meu consciente
Ciente, de que para erguer o
Haste da vitória preciso ser valente.
Mas será que tenho a valentia
De suportar os pensamentos
Que me perseguem noite e dia?
Ou será que só me sobra covardia,
Já que mal consigo consigo acordar todos os dias?
No meu submundo fui assassinado
E como o meu último esforço,
Deixo aqui uma declaração:
O carrasco foi aquele que me viu afundar
E nem sequer pensou em estender-me a mão.