CONTOS DA INFÂNCIA (1)
SONHO DE MENINO (ser jogador de futebol)
Leivinha, era seu apelido!
Dado por ter cabelos lisos, meio acastanhado, meio louro, queimado de sol, semelhante a um antigo jogador do Palmeiras.
Não gostava, pois era corinthiano \"roxo\".
Mas, não tinha jeito, apelido é apelido.
Corria, jogava bola, era craque.
Canhoto, era o camisa 10 do time, meio campo clássico.
O corpo franzino, não o impedia (e até facilitava) de fugir das pancadas dos zagueiros.
A habilidade e a velocidade os superavam, facilmente.
Passou a ser adorado por uns e odiado por outros.
Esquecia o intervalo para o lanche e corria para a quadra da escola
onde era disputado ( no par ou impar ) para ver qual time o escolheria primeiro.
Sabiam que no time que ele jogasse a vitória seria certa.
Fazia tanto gol, que ao final da partida, tinha que correr direto para sala de aula e torcer para que os garotos esquecessem o placar elástico e a quantidade de gols que fizera, tamanha era a fúria do time adversário, que não conseguia marca-lo e nem conseguia evitar as comemorações provocativas se imaginando um Pelé, um Rivelino, um Jairzinho e outros gênios do futebol da época.
Ao final da aula, corria novamente.
Desta vez, direto para casa,
Com os cadernos embaixo do braço, pulava o muro da escola e saía em desabalada carreira.
Colado aos seus calcanhares, vinha a molecada do time adversário, querendo pega-lo, para faze-lo \"engolir\" as comemorações provocativas e o placar elástico (8X1, com seis gols dele).
Mas, quem o pegava?
Franzino, corria como o vento.
Só parava ao chegar em casa.
Não contava para a mãe tudo que acontecera, tinha medo de apanhar, e essa sim, seria uma surra dolorida.
Pois sabia que as chineladas doíam mais que as pancadas dos zagueiros.
No dia seguinte, começava tudo outra vez.
E aqueles que queriam pega-lo, agora torciam para que ele caísse no seu time.
Porque ele corria, jogava bola, era craque!
By ANDERSON CARVALHO