Shmuel

A deusa sagrada da literatura

Não é só falar de amor, simplesmente,
É muito mais,
É como criar sonho
metafísicos
Resgatar uma imagem desbotada, de  um velho porta retrato e identificar
um ente querido,
entre alguns desconhecidos.


Se neste mundo, tudo fosse real
De certo seríamos todos tangíveis
acessíveis, alcançáveis
Assim ficaria mais fácil dizer:
Oi, tudo bem! Podemos comecar
E romperiamos todas as barreiras e taxas cambiais.


Não é só sobre sexo,
mas é como se fosse,
É como decifrar manuscrito de
uma civilização perdida,
Nesse momento,  eu dobro
meus joelhos, a deusa sagrada
da literatura,
Não fazei que eu pereça
Nestas, tão poucas linhas
e que os meus escritos, não sejam objetos de descasos,
E que eu não venha ser indelicadamente tachado
de lunático.


Não quero mais tempo produzindo, e nem quero livros intermináveis,
Só quero para hoje, mais espaço, e mais grafite,
nesta singela e pálida folha.


Oh, deusa única e sagrada da literatura,
Conduza esse texto
Dentro de um contexto
Obedecendo a estética
Que eu não perca o fio da meada
Entre uma frase e outra
Que seja um texto compreensível,
Abstrato, concreto, sensível,
Para que todos possam ler
em voz alta, ou baixa
sabe assim
quase sussurrando.