Abel Ribeiro

A bolsinha da vida

 

A vida é como uma bolsa

Guardamos nela tudo que podemos

Mas como nem tudo nela cabe

Nem tudo nela conhecemos

As vezes nela esvaziamos

Colocamos tudo fora

Depois novamente a enchemos

Como água na panela.

 

Guardamos tudo nessa bolsa.

Acontecimentos, tormentos, sofrimentos...

Bons e ruins!

Uns de mais, outros de menos

As vezes invejas, ciúmes, orgulhos...

Tudo nessa bolsa tem espaço

Uns guardamos e regamos

Outros perdemos e negamos

 

Há espaço pra tudo nela

Amizade, Solidariedade

Desejo, vontade, vaidade

Mentira, tristeza...

Mas com o tempo fica somente

Aquilo que é de nossa certeza

De nosso querer viver

 

Essa bolsa não é uma Pandora?

Não! É uma bolsa valiosa

Com alças, laço e de couro,

Que combina com a roupa

As vezes caindo do colo

Cegando seu modo de ver

E não entender seus espaços

Confundindo sentimento com lamento

Amor com ódio

Dor com prazer

A bolsa não é feita de aço

 

Organize de novo a bolsa

Em cada compartimento

Organize os sentimentos espalhados

Amontoados e maltratados

Que surgirá um novo momento

E o amanhecer lhe trará

Uma primavera de infinitos nascimentos

Que na bolsa da vida ficará guardado.

 

Abel