A vida é como uma bolsa
Guardamos nela tudo que podemos
Mas como nem tudo nela cabe
Nem tudo nela conhecemos
As vezes nela esvaziamos
Colocamos tudo fora
Depois novamente a enchemos
Como água na panela.
Guardamos tudo nessa bolsa.
Acontecimentos, tormentos, sofrimentos...
Bons e ruins!
Uns de mais, outros de menos
As vezes invejas, ciúmes, orgulhos...
Tudo nessa bolsa tem espaço
Uns guardamos e regamos
Outros perdemos e negamos
Há espaço pra tudo nela
Amizade, Solidariedade
Desejo, vontade, vaidade
Mentira, tristeza...
Mas com o tempo fica somente
Aquilo que é de nossa certeza
De nosso querer viver
Essa bolsa não é uma Pandora?
Não! É uma bolsa valiosa
Com alças, laço e de couro,
Que combina com a roupa
As vezes caindo do colo
Cegando seu modo de ver
E não entender seus espaços
Confundindo sentimento com lamento
Amor com ódio
Dor com prazer
A bolsa não é feita de aço
Organize de novo a bolsa
Em cada compartimento
Organize os sentimentos espalhados
Amontoados e maltratados
Que surgirá um novo momento
E o amanhecer lhe trará
Uma primavera de infinitos nascimentos
Que na bolsa da vida ficará guardado.
Abel