Vlad Paganini

O TEMPO...

O TEMPO...

 

Ouço hoje a canção do vento

Canção cinzenta de um céu de outrora

Hoje se faz colorida repleta de esperanças

Respirando a sensação de um novo tempo

 

Observo a rua quase nua

O cheiro da tua chuva na rua

Percorrendo ruelas e travessas  

Nos teus córregos trazendo em meu corpo

O teu pelo e tua pele morena nua

 

Ah como o tempo passou...

E ao contrário de tantos provérbios

O que sentimos nada mudou!

 

Eu senti a cada segundo desse tempo

O mar, a lua, o céu, a rua, o vento e a chuva

Apagarem com o tempo nosso cinzento sofrer

A encontrar em cada um desses momentos

Uma razão pra te reencontrar e para viver 

 

O tempo ah o tempo...

O tempo que sangrou minha poesia

Que rasgou todas minhas vísceras

Que invadiu o teu despertar

E que hoje acende tua perdida escuridão a iluminar o meu luar

 

Tempo que hoje desabrocha todos os desejos sepultados

Todas as cores escondidas, hoje esculpidas

Todos os mistérios escondidos

Todo nosso amor por séculos adormecidos

 

Ah o tempo....

Roda do tempo que arrebentou em teus rochedos

Maré cheia a desvendar a tua imagem cravada em meu olhar

Te trazendo perfumado em todo teu esplendor

Refletindo todo o gozo do teu tempo

E em tua chegada acariciando o meu sabor

 

Ah o tempo que me encharcou de frio

Que rasgou meu Universo

De sol, de chuva, de tempestades soprando em meus calafrios

 

O tempo traz hoje de volta tuas mãos solitárias

Sangrando na palma da minha mão toda a tua coragem

Todo o teu silêncio, todo o teu penar moribundo

A fazer barulho de amor em todos os canteiros do meu mundo!

 

\'Nosso amor calculou os segundos, minutos, dias, meses e anos

E em cada instante desse tempo

A rua entregou tua pele nua

A chuva encharcou a tua lua

O teu mar, o céu, o teu tempo e o teu vento

 

Arrebataram todos nossos sentimentos

Te trazendo de volta na canção que escondia dentro do teu peito

Que não cabia mais no peito!

Entregando a mim todo o teu amor e tua saudade a tempo!\'

Vlad Paganini