vou começar dedicando este poema
à uma velha amiga que de novidade não traz nada
mas, mesmo assim, vivo procurando formas e jeitos
de conviver em harmonia com sua ambígua companhia.
você, que vem vindo de mansinho
talvez provocando desconforto ou inquietude no início
porém, tempo depois traz consigo
uma tranquilidade ao coração aflito
você, que mergulha minha consciência sem dó
no meu próprio universo particular
e me faz idealizar
que tudo isso não passa de um nó
eu poderia olhar-te com desprezo
eu poderia fazer-me indiferente perante a ti
poderia até buscar formas para afastar-te de mim
é que eu vejo em ti também o meu sossego
então, te trago até o meu profundo ser
pois sem ti sei que não poderei enxergar além dos meus próprios olhos
dessa forma vejo a paz e a evolução
Minha Cara, Solidão.