JUCKLIN CELESTINO FILHO

A COISA ESTÁ FEIA

A coisa aqui está feia,

Em atípico acontecimento?

Ou a praxe a tudo enlameia?!

Sabe-se que há 

Quem o que é justo, odeia,

Faz seu juízo de convencimento,

Isso lhe basta,

Todos os escrúpulos, de si, afasta!

O que importa, é o resultado!

Joga a chave do xadrez fora,

Aí do coitado!

 

Nesses dias tão trevosos,

Que faz corar Talião,

Virou tudo do avesso: bagulho,

Com entulho,

Alho,

Com bugalho!

A Justiça,

Com os olhos vendados,

Não enxerga, não escuta

Os apelos dos injustiçados 

Que a ela recorrem.

É que, nessa intrincada liça,

Tudo está abaixo de arriba --

Vai empurrando com a barriga!...

Não se atem, à  consciência 

Do ladrão 

Que a si próprio acusa,

E qualquer ruido, o assusta!

 

É mesmo bagulho,

Com entulho,

Alho,

Com bugalho...!

Juizos, que apropriam-se

Da Lei, à sua propria custa!

E nessa barafunda implica:

Está solto,

Quem roubou um milhão ;

Preso está,

Quem se apropriou de um pão!