Bem- te- vi, teu canto é triste,
Uma amargura persiste
Em teu cantar tão bonito.
Cantas de um jeito dolente,
Comoves a alma da gente...
Não é um canto... É um grito!
Onde está tua alegria,
Aquela grande euforia
Que tinhas nas madrugadas?
Chamavas as tuas crias
Doces eram as melodias...
As aves em revoadas!
— Meu cantar é de tristeza
Eu reconheço a beleza
De tudo que nos restou.
Mas já não existem ninhos,
Quase não há passarinhos...
A mão humana os queimou!
***
(Maria do Socorro Domingos)
João Pessoa, 25/10/2020