Tu achas que submergir te leva ao colapso
mas não vê que mesmo com os pés na terra te falta ar.
A água não te leva, não, seu Zé.
Tu já vais só.
Depois,
Tu vens e me diz que é capaz de submergir nas tuas próprias lágrimas.
– aqui é morte lenta, não vê? –
Ô seu Zé, o que é mais uma onda quando
tu já estás devastado pelo tsunami que tu mesmo crias?
Zé, faz inveja não que aqui é sertão a tempos.
– nem lágrima brota mais –
E não vem achar que por isso sou cacto
que te digo: me falta espinho.
Seu Zé, se tu queres ficar aqui para não sofrer colapso.
Eu já fui.
Tu vens depois.