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Marcus Prado

amor nublado

A manhã desbotou-se.

Foi tomada pelas tonalidades de um azul esnobe.

O amor não deveria ser tão egoísta,

Nem a chuva...

Querer o dia só para ela,

Enquanto o sol camufla-se

E dorme atrás das nuvens,

Clareando as canções dos anjos.

Calmas, inertes,

Quase embriagadas.

A manhã apagada,

Vestígios de cinza da madrugada,

Que cremou o amor.

A chuva vem para molhar as lembranças

E as promessas,

Para que evaporem até as nuvens,

E então, virem preces,

Apaixonadas preces,

De anjos que nem sabem rezar...