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Zaira Belintani

Solo Sagrado

Distante
Névoa na serra
Cerração
Lá vem de novo
Chuvinha miúda
Nas copas das árvores
Deslizando
Perfurando os ninhos
Soninho
Eu, poeta, sonho
Eu, espécie humana
invado
Sem querer
O cenário

Não quero que o momento passe
Sem que eu me aperceba
Da trama
Sem que eu me enlace
Na teia
Da qual sou parte

Volto ao poeta
Assim fico em paz
Clamo pela delicadeza
Apelo para a gentileza
No olhar
No sentir
No respirar
No pisar macio
O solo sagrado
Emprestado

E dizer:
- Obrigado!