Ema Machado

Sozinha...

Sozinha

 

Entregue ao pensamento...

Nutre-me, bate ou acaricia

Nem sempre carrasco, às vezes condena

N’uma lembrança, em um lamento

N’outras, apenas momento, e a cena que se inicia...

 

Sozinha...

Como ilha, flutuante n’um mar de gente

Repleta de sonhos que povoam a mente

Sem tempo ou ânsia para curar o coração demente...

 

Sozinha...

A solidão que já não me isola

Acompanha-me, quando estou comigo mesma

Às vezes maltrata, e as vezes consola...

 

Sozinha...

A mais sofrida de todas as escolas

Não há quem ouça a pergunta

Não há respostas permanentes, nem hora...

 

Saúda-me a aurora...