Divaldo Ferreira Souto Filho

Acorda, coragem!

cabeleira que me apareceu

por dentre um forte nevoeiro

pensei em fugir, meu ser escondeu

o peito se fez hospedeiro

 

era da cor do Sol seu brilho, quando

os olhos fixam-se na sua imensidão

alguma coisa enche-me de encanto

alguma coisa treme meu coração

 

mas não teve jeito, nem

pra jardineiro o peito serve

a água que a flor não vive sem

o peito pra regar dantes ferve

 

és que o peito é um eterno

guerreiro! Da vivência és guardião

pena que guarda no inverno

o frio que sente no verão

 

este mundo que tanto me viu

caminhando com o peito desnudo

este mundo me avisa: - sumiu

aquele que da vida sabe tudo

 

foi embora , não sei pra donde

quando a noite se fez dia

do mundo, és provável, se esconde

quando dorme a alegria

 

acorda no tempo, que ele se encarrega

pelo terráqueo sonho que se pode ter

assim como as flores, mão que não rega

suas sublimes belezas olhos não sabem ver

 

na vida, alegria dorme solitária

num jardim que gladia com floresta

e indaga porque tanta represália

se vontade de dormir já não mais resta

 

ela dorme sem sono

à espera da mão de alguém

acordado, com a cabeleira eu sonho

que desperte minha coragem