Quero fugir de mim e não consigo...
Claro, que o meu pensar pertence a mim,
Mas me pertenço ao corpo que é o jazigo
Ao qual ligados somos até o fim.
O corpo e alma estão num só castigo
De uma cruz carregar, pois são enfim
Originários pelo mesmo umbigo
( Co\' igual identidade) de onde vim.
Fugir-me de mim mesmo... Que bobagem!!
Que eu me tenha em paciência e carregar
A cruz que é do meu fado, co\' a bagagem
Carnal de finitude programada:
Pra de mim mesmo eu possa me livrar
Na vez da alma ser desencarnada.