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Marcellus Augusto

O homem e o abismo

Estou diante do abismo

Sem me reconhecer

Cometendo erros que nunca cometi

Tomado pela paixão, vaidade e arrogância,

Não sei o que fazer. 

Tornei-me apaixonado, 

Não um bom apaixonado, 

Mas um egocêntrico apaixonado. 

Sou movido pelos meus desejos, 

Não consigo me controlar,

Não consigo vencer, 

Estou afundando no buraco que eu mesmo criei,

E vou perdendo as forças nesse mar de emoções. 

A raiva, a decepção, a dor, a angústia 

Tornaram-se fontes da minha paixão, 

A incerteza me empurrou para o abismo 

Agora, todas as minhas feridas me machucam como se fossem a primeira vez, 

A força que eu tinha para continuar firme, eu perdi

A vontade de vencer, se acabou 

O amor que eu desejei, nunca tive 

O amor que a vida me deu, nunca me agradou,

Agora estou no eterno impasse de buscar algo de novo em mim, sem perder a essência de quem sou. 

Diante das minhas dores, mágoas, desejos, tesão e possíveis neuroses,

Expresso-me, de forma imperfeita, nos meus poemas, 

São as minhas orações, louvores e testemunhas, 

São as provas em meu favor ou de condenação

Na poesia encontrei um refúgio para me expressar, 

Encontrei a coragem que nunca tive, 

Agora, posso ficar sem as minhas máscaras 

Sem as minhas roupas, 

Nu diante de todo leitor disposto escutar as minhas questões na leitura das minhas palavras,

Sem me preocupar como serei visto, 

Muito menos, como serei julgado. 

Os dias se passam, o tema continua repetitivo, 

O assunto volta para o meu \"eu\", 

Mas é como me sinto, 

Como a realidade se apresenta, 

Como a vida me coloca, 

Como eu me comporto, 

Vão passando os dias e vou prosseguindo

Hoje, sem muitas expectativas, 

Amanhã, talvez, minha sorte será mudada, 

O mar sombrio que parece difícil para navegar,

Possa se transformar em águas tranquilas, onde posso encontrar repouso e descanso, 

A madrugada sem sono, possa virar uma madrugada de sono tranquilo no futuro.