Queima, destrói
Corrói, arrasa
Quem voa?, quem passa?.
Gritos distantes, na noite
Rumores de guerra, horrores
Reestruturaram os céus
Guardam canhões, tambores.
Acende a sirene seu moço!
Guarda contigo esse fuzil
Retomem a humanidade perdida
Acabem com esse conflito.
Não sei se grito, choro ou luto
Corro, nado e me esquivo
Que balas virão novamente?
Fome, peste ou vendaval?.
Pois o tiro certeiro
De certo é o da gente
Quando lutarmos, por fim, essa guerra
Quem fica? Quem luta? Quem chora?.
Que gás nos matará neste carro?
Quem ficará para ser dilacerado?
Quem aguenta tamanha agonia?
Quem sofre, de tudo, calado?.
Em que raça está a minha vida?
Quem aguenta tamanha ousadia?
Qual nação virá nos socorrer?
Em que planeta faremos morada?.
De quem é a voz que reza por nós?
De quem são às mãos amigas?
Então já se deu a sentença
Viver, lutar, continuar, ter sorte.