Vivendo como almas,
dentro de conchas,
presos em bolhas,
cultuando velhos traumas.
Reclusos em seletos mundos,
percorrem longas vielas
até o seu fim em becos imundos,
romantizados em higiênicas novelas.
Miséria casualmente consumida
por de famílias de bem,
que nos fins de noite reunidas,
consomem a realidade distorcida.
Alienados por padrões exóticos,
creem que o real
é o simplesmente normal,
embalados por doces narcóticos.
Inebriados por sonhos liberais,
deleitam-se com pobres ideais,
tão ultrapassados quanto frugais
mas, felizes com a ilusão de paz.