CLÁUDIA XAVIER

VEREDAS MINHAS (homenagem à Guimarães Rosa)

Há pouco pude ter certeza de que caminhava por veredas minhas

Campos calmos e vislumbres de paisagens.

Num repente descobri que meu chão não era aquele.

Restou a morte e a aceitação da espera. 

Sou fruto que apodrece e racha dando passagem ao novo.

Novo que assusta, margeia e estremesse

novo que demora a decantar.

O que fazer com os ouvidos que escutam o nada?

E com a palavra que não sei ainda usar?

Um ponto se une e dois se desatam

alguns nunca mesmo se encontrarão.

Sou resto de tentativas vivas 

sou mulher do sertão.