Abel Ribeiro

Estranho espelho

 

eu

não

olho

coisa

alguma

 

lutando

pensando

sobre mim

contra mim

para mim

 

se o outro tá em mim

como a flor e o jasmim

me vejo como pássaro

voando  e procurando

o brotar do alecrim

 

as vezes escrevo versos

para acalmar minh’alma

para subverter meus reversos

envolver meu corpo

na descoberta do meu ser

 

outras vezes sem saber

persigo a verdade

mesmo arriscando perder

o problema de reconhecer

minha limitada incapacidade

de encontrar o prazer

quando me saber.

Abel