Em qual amanhã se esconde o porvir
O ser e o estar não estão,
Em catres de espinhos descansados.
Imerso no mundo, sonhando ser parte do mundo
E lembranças o que se foi, em anos contados
Juntados em cestos de lembranças incontidas.
O que de mim reencontrei não sou eu.
Ah se pudesse eu mesmo tornar a ser.
Deixar as ânsias de ontem acontecerem
Fingir então que penar e amargor se foram
E de novo como estar na juventude do ser
Ele que então, de janelas abertas ao céu
Dizia, vou viver.