Avelino

Viver

Em qual amanhã se esconde o porvir

O ser e o estar não estão,

Em catres de espinhos descansados.

Imerso no mundo, sonhando ser parte do mundo

E lembranças o que se foi, em anos contados

Juntados em cestos de lembranças incontidas.

O que de mim reencontrei não sou eu.

Ah se pudesse eu mesmo tornar a ser.

Deixar as ânsias de ontem acontecerem

Fingir então que penar e amargor se foram

E de novo como estar na juventude do ser

Ele que então, de janelas abertas ao céu

Dizia, vou viver.