JUCKLIN CELESTINO FILHO

PORTAL DO TEMPO

Sou silêncio, transmudado

Em palavras,

Não precisando a fala,

Pois a expressão  fala

Desses sóis,

Dessas montanhas ,

Dessas cordilheiras 

As  quais escalo, 

Escalando um mundo 

De incontidos pensamentos. 

 

Dentro em meu peito,

Um mar revolto,

Redemoinho de ideias

Embaralhadas, pensamentos 

Conturbados, os quais,

Reprimir, não posso!...

E há céus, estrelas, nebulosas,

Mistérios insondáveis 

De mundos inimagináveis,

Que descortinam 

Meu mundo interior- oceano

De sonhos, ilusões e fantasias 

Que desaguam em mim.

 

Meu olhar se perde na vastidão 

De rios, lagos e mares,

Florestas, bosques e matas fechadas,

Em cujas florestas me embrenho,

E me desencontro,

Procurando, ainda, caminhos

Na mata serrada,

Enquanto as arreias

Do tempo escorrem,

E da ampulheta - a areia se move.

É preciso voltar. 

Embalde a tentativa. 

Não consigo   divisar o portal do tempo,

A bússola avariada 

Não me aponta o rumo.