Sou silêncio, transmudado
Em palavras,
Não precisando a fala,
Pois a expressão fala
Desses sóis,
Dessas montanhas ,
Dessas cordilheiras
As quais escalo,
Escalando um mundo
De incontidos pensamentos.
Dentro em meu peito,
Um mar revolto,
Redemoinho de ideias
Embaralhadas, pensamentos
Conturbados, os quais,
Reprimir, não posso!...
E há céus, estrelas, nebulosas,
Mistérios insondáveis
De mundos inimagináveis,
Que descortinam
Meu mundo interior- oceano
De sonhos, ilusões e fantasias
Que desaguam em mim.
Meu olhar se perde na vastidão
De rios, lagos e mares,
Florestas, bosques e matas fechadas,
Em cujas florestas me embrenho,
E me desencontro,
Procurando, ainda, caminhos
Na mata serrada,
Enquanto as arreias
Do tempo escorrem,
E da ampulheta - a areia se move.
É preciso voltar.
Embalde a tentativa.
Não consigo divisar o portal do tempo,
A bússola avariada
Não me aponta o rumo.