Memória como navio desliza
vai navegando entre amores
entre ondas,vou revivendo dores.
O solo da adolescência fertilizou
um impossível amor que naufragou.
Meu belo navio está cheio e vaga
pelos mares da memória,à deriva...
O primeiro me achava bela
da beleza ele fugiu, não me amava!
Nas águas do Amor nadei,boiei,
quase afundava: nenhum príncipe achei.
Às vezes,um peixe-boi aparecia,
e me queria. Surpresa,eu fugia.
Hoje,lábios secos,lamento
Beijos não dados
Abraços recusados
Amores ensinados
Sexo reprimido
Será que posso dizer
Valeu a pena não ter consentido?
Assim pela metade ter vivido?
E fica o dito pelo nao- dito!
Maria Dorta 16.10.2020
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