Débora

A tua pétala

tu tocou no cós da minha calça,

mas na verdade eu já estava nua.


eu já tinha entregue a ti toda a minha alma despida,

tu me arrancou tudo e eu não senti nada.

talvez nua eu já estivesse por dentro,

e essa carcaça - que todos chamam de corpo -

não tinha se quer valor que pudesse ser comparado.



tu levantou minha blusa, 

percorreu meus seios com suas mãos firmes 

e meu coração saltou até você.

tu abaixou minhas calças e me tocou da forma mais íntima

possível, fez meu sangue correr mais rápido pelas minhas veias 

e ao deslizar os lábios pela minha púbis tu me tomou.

 

mas amor eu já estava em seus braços.

o gosto do teu beijo trazia o meu gosto e o seu desejo,

em troca no seu paladar ficou o gosto do meu amor.

eu não disse nada e você jurava ouvir o meu “eu te amo” 

que eu clamava peito a dentro,

e quer saber amor, 

teus dedos percorreram mais do que o percurso do meu umbigo até as minhas coxas.

e talvez tenha sido nesse momento que eu percebi

 que eu não era mais minha 

e sim sua.

a tua pétala.