tu tocou no cós da minha calça,
mas na verdade eu já estava nua.
eu já tinha entregue a ti toda a minha alma despida,
tu me arrancou tudo e eu não senti nada.
talvez nua eu já estivesse por dentro,
e essa carcaça - que todos chamam de corpo -
não tinha se quer valor que pudesse ser comparado.
tu levantou minha blusa,
percorreu meus seios com suas mãos firmes
e meu coração saltou até você.
tu abaixou minhas calças e me tocou da forma mais íntima
possível, fez meu sangue correr mais rápido pelas minhas veias
e ao deslizar os lábios pela minha púbis tu me tomou.
mas amor eu já estava em seus braços.
o gosto do teu beijo trazia o meu gosto e o seu desejo,
em troca no seu paladar ficou o gosto do meu amor.
eu não disse nada e você jurava ouvir o meu “eu te amo”
que eu clamava peito a dentro,
e quer saber amor,
teus dedos percorreram mais do que o percurso do meu umbigo até as minhas coxas.
e talvez tenha sido nesse momento que eu percebi
que eu não era mais minha
e sim sua.
a tua pétala.