Eliabe Lira

A mágica de escrever

As paredes parecem mudar

Os sons mudam de intensidade

Móveis desaparecem misturados 

O ar ganha cor e tons radiantes.

 

O tempo muda ao passo da caneta

O amor ganha novas linhas 

A liberdade, nova casa de papel.

 

Já o relógio me anima

Minha mente derrete em tinta

Meus dedos ganham poderes

E agora sou o que quiser, uma ideia.

 

Perdendo tempo para pessoas

Ganhando meu próprio tempo

Usando de tudo que sei 

Dando tudo de mim, dançando livre.

 

Olhando para dentro, bem dentro

Descrevendo o que, de fora, acontece

Reinventando qualquer meio

Justificando os finais pelos meios, errando.

 

Correndo desenfreadamente, mesmo parado

Cuspindo fogo e vomitando palavras 

Me contendo por um segundo 

Quebrando correntes por horas.

 

Rasgando pequenas partes estranhas

Colando tudo até que fique bom 

Embaralhando pensamentos conexos 

Brincando de navegar pelas ondas severas 

Mergulhando fundo no oceano da minha mente.

 

Amando o pássaro azul da varanda

Sendo carregado pelo vento que passava 

Sentindo o cheiro de natureza selvagem 

Me vestindo para sair, vestindo nudez.

 

Tomando o controle da situação

Vendo meus dedos descontrolados 

Assistindo a cada vez mais a minha loucura

Gostando do inédito de viver sem limites 

E me limitando ao limite.