As paredes parecem mudar
Os sons mudam de intensidade
Móveis desaparecem misturados
O ar ganha cor e tons radiantes.
O tempo muda ao passo da caneta
O amor ganha novas linhas
A liberdade, nova casa de papel.
Já o relógio me anima
Minha mente derrete em tinta
Meus dedos ganham poderes
E agora sou o que quiser, uma ideia.
Perdendo tempo para pessoas
Ganhando meu próprio tempo
Usando de tudo que sei
Dando tudo de mim, dançando livre.
Olhando para dentro, bem dentro
Descrevendo o que, de fora, acontece
Reinventando qualquer meio
Justificando os finais pelos meios, errando.
Correndo desenfreadamente, mesmo parado
Cuspindo fogo e vomitando palavras
Me contendo por um segundo
Quebrando correntes por horas.
Rasgando pequenas partes estranhas
Colando tudo até que fique bom
Embaralhando pensamentos conexos
Brincando de navegar pelas ondas severas
Mergulhando fundo no oceano da minha mente.
Amando o pássaro azul da varanda
Sendo carregado pelo vento que passava
Sentindo o cheiro de natureza selvagem
Me vestindo para sair, vestindo nudez.
Tomando o controle da situação
Vendo meus dedos descontrolados
Assistindo a cada vez mais a minha loucura
Gostando do inédito de viver sem limites
E me limitando ao limite.