Folha suja.
Já é madrugada.
Eu continuo frente a essa folha suja.
Quero algumas palavras sórdidas que represente essa vida mórbida.
Meu quarto é um túmulo.
Eu, apenas um corpo velado pelo fracasso.
Tento me eternizar.
Mas o papel é sujo.
Marcado
como
meu
passado
Presente
Futuro.
Não dá para escrever quando a inspiração não brota das entranhas.
Tem que haver realidade sinceridade verdade.
Teimosa caneta.
Não
grita
Nas
Letras.
Não
chora
nas
Palavras.
Não
Desespera
Nas
Frases.
Não
Murmura
nos
versos.
Não
sussurra
na
prosa.
Não
geme
Não
agride
Não
Insiste
Não
Transmiti
Não
sufoca.
Falder vilela