Apogeia

Eu...

Meu era mais que eu

 

Na construção da imagem de quem sou

Fez-me revelar traços tão perfeitos

Que até em discordância eu contentava a minha alma

 

Mas, em minha totalidade, no meu interior,

Eu tecia e me desfazia

 

Eu proclamo o meu terror,

Eu me refaço, eu me escondo, eu me abraço

 

Quase sempre cheia de ego

À primeira tentativa de injeção de sua realidade e conclusão

Estou pronta para minha defesa,

Na defesa da construção do meu eu

 

Sinto, nos momentos de avaliação

De exacerbada atenção, ou no massagear de meu ego

A secura em meus lábios, a pressão dos meus batimentos 

E, assim como que sequencialmente,

Me percebo no embaralhado de minhas palavras e pensamentos

 

Ambos regidos pela minha insegura,

Essa que não é minha escolha,

Mas que enquanto menos percebo, a recebo e a torno mais que minha

 

Vivo no anseio daquilo que não digo,

Desde o intenso de uma nostalgia ao pacífico do amor fraterno

 

Sou apenas minha dor e o meu profundo e intenso amor

Sou eu mais do que imaginava ser

Mais do que conheço

E mais do que me transformo