Meu era mais que eu
Na construção da imagem de quem sou
Fez-me revelar traços tão perfeitos
Que até em discordância eu contentava a minha alma
Mas, em minha totalidade, no meu interior,
Eu tecia e me desfazia
Eu proclamo o meu terror,
Eu me refaço, eu me escondo, eu me abraço
Quase sempre cheia de ego
À primeira tentativa de injeção de sua realidade e conclusão
Estou pronta para minha defesa,
Na defesa da construção do meu eu
Sinto, nos momentos de avaliação
De exacerbada atenção, ou no massagear de meu ego
A secura em meus lábios, a pressão dos meus batimentos
E, assim como que sequencialmente,
Me percebo no embaralhado de minhas palavras e pensamentos
Ambos regidos pela minha insegura,
Essa que não é minha escolha,
Mas que enquanto menos percebo, a recebo e a torno mais que minha
Vivo no anseio daquilo que não digo,
Desde o intenso de uma nostalgia ao pacífico do amor fraterno
Sou apenas minha dor e o meu profundo e intenso amor
Sou eu mais do que imaginava ser
Mais do que conheço
E mais do que me transformo