Marcus Prado

o passado

o passado, 

esse véu sempre arrastado 

de memórias e caixões,

histórias de paixões 

de um Eu já desbotado.

 

ao adormecer entardecemos

e o gosto dos sonhos que tivemos

diz sobre uma saudade desabitada

lugar das certezas convertidas

das escolhas encolhidas 

de uma luz morna e alaranjada

 

o passado, 

cômodos confusos

de casas abandonadas               

onde já estivémos quando ainda não estávamos

árdua tarefa de se desamarrar...