o passado,
esse véu sempre arrastado
de memórias e caixões,
histórias de paixões
de um Eu já desbotado.
ao adormecer entardecemos
e o gosto dos sonhos que tivemos
diz sobre uma saudade desabitada
lugar das certezas convertidas
das escolhas encolhidas
de uma luz morna e alaranjada
o passado,
cômodos confusos
de casas abandonadas
onde já estivémos quando ainda não estávamos
árdua tarefa de se desamarrar...