As margens plácidas fumaceira
Linda ariranha em perigo
Procura-se um abrigo
Água, água, água...
Refresca aquele inferno
Inverso à vida do inverno
Vida, vida, vida...
Da terra a chama já consome
E o homem que a soterra
Enterra muitas vidas
Pobre onça ferida
Atrás de abrigo
Em busca de guarida
Solo és mãe gentil
Pátria queimada Brasil
Nunca se viu
Tanto fogo e fumaça
O Pântano pantanoso pariu
O pantanal da arruaça
Aquele animal na desgraça
Agora passa mal
Esperando mais uma graça.
Estão matando nossas matas
Desmatando na fumaça
Asfixiando com mamatas
E a Arara diz rrresgata
Quando o sinistro ministro
Voa por cima da mata.