Ema Machado

Pequena andorinha...

 

 

Partiu

Foi-se, como passarinho

Que abre as asas, e do ninho

Voando, plainando devagarinho...

De repente pelo céu anil se vai...

 

Pássaro frágil, na boca o riso fácil

No olhar, a lágrima que não cai...

Não viveu para si

Para outros, consistiu seu existir

Não se ouviu um único ai...

 

Via-se, embora houvesse luz

Há muito, apenas sobrevivia

Faltava-lhe o sopro de vida

A chama tênue, aos poucos, extinguia

 

Não havia cansaço no pouco espaço

E no coração que apanha...

A força se esvai...

 

E a andorinha-do-campo

De olhar miúdo e andar manco

Abre as asas, volta para casa... Vá, em paz...