A vagar vago solto
Lembrando amores não vividos
Trazendo o som do abandono
Eu que não os vivi
E que os acalento em quereres de saudades
Que maltratam por os ter como ideais
E perplexo me vejo na solidão de estar só
Como todos os nascidos de mulher ao nascerem
Que ainda não sabem as trilhas que trilharão insólitos
Eivados de amanheceres misteriosos
A encarar desejo físico, mas carregados pela alma
De amar e viver quem não conheço
E que não sei se aprenderei me deixar ir
Ou terei que sonhar sonhos a virem
E pensar em saber se há sentido no viver
Ou se o mundo o é o da janela
Mas como há mistérios no porvir
Vou te encontrar e começar a viver.