O silêncio é o meu refúgio
A fortaleza do meu coração,
É na solidão que encontro as respostas
Onde faço as minhas orações
O local onde escuto a voz amorosa de Deus.
A oração é o redirecionamento da alma ao Divino
Redireciono todas as minhas aflições ao Senhor,
Por meio do meu silêncio faço a minha prece,
Sem dizer uma palavra, sem barulhos ou testemunhas,
Apenas Deus e eu no íntimo do meu ser.
No silêncio eu consolo a minha alma
Na solidão eu cicatrizo as minhas dores
No meio desse processo me enfrento, me descubro
Procuro saber quem eu sou, sem medo,
Sem temer o que vai encontrar,
Sem temer ser o que deve ser.
A alma nua, cheia de feridas e dores,
Carregada pelas mágoas, ódios e decepções,
Encontra o consolo de Deus,
Deus que é a fortaleza eterna,
O amor inabalável
A graça inacabável
O perdão eterno,
E a bondade infinita.
Mesmo quando falta forças para falar,
Ele escuta o nosso clamor e vem nos socorrer.
O silêncio é a certeza da resignação do meu ser ao Senhor,
O silêncio é a garantia que estou em reforma,
O silêncio é a prova que estou em recriação,
O silêncio é a testemunha da minha ressignificação
O silêncio é a fonte da minha arte e do meu viver.
Não há o que temer,
A solidão não mata,
A solidão não fere
A solidão não esmaga e naõ destrói
Nem testemunha contra ti, nem contra o próximo
Mas ela oferece os maiores desafios:
Saber quem sou!
Isso, nenhum espelho pode oferecer,
Nenhuma opinião pode explicitar,
Nenhuma ciência pode teorizar,
Nem a filosofia pode especular.
É na solidão que você se encontra consigo mesmo,
Sabe quais são os seus demônios, os seus medos
Os seus desejos, fetiches, angústias, torturas,
Dores, remoros e sensações.
Só nela todas as máscaras são desveladas,
Não existe público, não há platéias ou interprétes.
O homem moderno foge da solidão,
Porque teme encontrar o seu maior medo,
Saber quem verdadeiramente é.
O verdadeiro místico é o homem que encontrou alegria na solidão,
Encontrou Deus no silêncio,
Cantou com alegria quando chorava por tristeza,
Agradecia ao Senhor quando perdia tudo,
Alegrou-se com a vida quando não tinha nada,
Dividiu o pouco que tinha, com quem não tinha,
Calou-se diante do mundo, porque não precisava falar,
No final da caminhada descobriu quem verdadeiramente era,
Terminou o bom combate da existência,
Reconciliou-se consigo mesmo e viveu uma vida unificada com Deus,
Sem barulhos,
Sem gritos,
Apenas no silêncio divino,
No amor gracioso de Deus,
Cheio de certeza que no meio da solidção,
Ele tinha a maior companhia de todas: O Criador.