Ema Machado

Vida líquida...

Vida líquida...

 

Deixo, o tempo escorre sem medida

Pendem pernas e braços

 Destituídos de vontades, compõem a cena vazia

No silêncio da barra do dia, há tanto espaço...

Meço sentidos adormecidos, inalterados

O que é prudente, o que é pecado?

Tenho me perguntado

Ser ou não, condescendente?

A prudência cochila ao lado...

Nada me pesa além dos anos

O tempo escorre, como escorrem juventude e planos

Há pouco por fazer, sou barco à deriva

Agora no lago dos anos...

Já me fiz serena, a contemplar o humano

Nessa vida líquida, parecem tão insanos...

Mudo a cena, vida é tão pequena...