daí eu entrei no teu mundo e te li, te escrevi, tirei de cima de você tudo o que te cobria.
te toquei, meu deus, ao fazer isso eu te ouvi.
te vi nu, te comi cru. e tive medo.
mas tu, com teu jeito. teu jeito de ser tu, apenas tu, me engrandeceu. fez eu ser eu, não apenas eu, mas um eu incontestável.
eu entrei no teu mundo por uma segunda vez. já conhecia tuas ruas, todas as vielas em que eu podia passear, todas as janelas em que eu podia aquietar.
eu já tinha o meu repouso e teu lençol favorito era o mesmo que o meu. e a cama virou tão minha quanto tão tua.
tuas vestes que mal me veste, eu quis.
continuei te comendo cru, sem tempero nenhum, o essencial sempre foi tu, no teu puro, no teu próprio gosto.
Eu entrei no teu mundo e gostei, daí eu voltei.