JUCKLIN CELESTINO FILHO

O ABORTO-DIFÍCIL DECISÃO (20/08/20)

Viu-se o deblaterar virilento,

Violentando o momento,

Como se fora um pesadelo

Sem fim, que  ora 

Vivemos nestes tempos

De chumbo de agora,

Descortinando o abismo,

No aforismo 

De absurdos ultimamente acontecidos,

Como se naturalizadas

Fossem coisas bárbaras

Que fogem à razão,

Depondo contra toscos pensamentos,

Ou ideologias quaisquer

Que sejam,

Que ensejam,

Malevolamente condenar 

Uma criança a massacre

Midiático clamoroso,

A campanhas implementadas 

Pelas redes sociais,

À desmedida pressão 

Para que realizasse o aborto criminoso,

Apenas por condenar,

Por faltar

Plausíveis argumentos!

 

Não se detiveram

Na infâmia , fizeram 

De forma cruel e bizarra,

Deturpada e monstruosa,

Numa algazarra

De  bestas-feras enlouquecidas,

Ávidas por balbúrdia 

E bandalheiras,

Um carnaval  

Dos diabos,

Contra uma criança ainda,

Botão em flor, afinal,

Vítima de um animal

De  bruta-raça

Que a maltratou,

A violentou,

Ainda em tenra idade, coitada !

Não se ouviu 

Entretanto, um único pio,

Um único gesto de contrariedade 

Daquela horda ensandecida:

Uma voz voz sequer se elevou 

Para protestar 

Contra o monstro que violentou 

A menina,

Deixando-lhe terríveis sequelas,

Que  talvez nem o tempo,

Consiga cura-las!

 

Queriam que fosse mulher feita,

Plena de responsabilidades, perfeita 

Para  gerar um filho, cria-lo, orienta-lo.

À sanha deste mundo infernal,

Impiedosamente  entrega-lo,

E  o rebento coitado,

Consigo levaria

Uma  herança que dela se pudesse, teria

Aberto mão: ter sido gerado

Por um pai-monstro

Que a mãe dele violentou!

A delicada rosa, trataram-na

Como danosos espinhos,

Ao cruzarem 

Seu caminho,

A desprezarem,

Trantando-lhe qual erva daninha!

A maltrataram com atitudes perversas e mesquinhas,

Não  levando em conta , animais cavalares,

Que lidavam com uma criança 

De 10 anos apenas, estuprada,

Vilipendiada em sua inocência!

Queria a turba aloprada,

Que morresse,

A fazer  o aborto  legal!