É preciso conhecer
as pessoas, além das primeiras camadas, e ler seus pergaminhos,
Tentar reconhecer nas entrelinhas,
o ser por trás da pena,
É preciso rever os conceitos,
rever os amigos,
Dar um oi para o passado,
Rever os antepassados
nos parques arqueológicos,
e dizer: ei, eu trago seu dna comigo, sabia!
É preciso dar uma passada
na casa da tia, esquecida a décadas,
e comer seus bolinhos de chuvas,
Aproveitar e resgatar de cima do guarda-roupa as tais fotográfias,
É preciso ter risos frouxos,
para não constranger o palhaço,
É preciso paciência, na arte de se relacionar
com os animais da mesma espécie,
É preciso andar nas calçadas, arriscar uma dancinha, dar uns pulinhos,
como se houvessem amarelinhos imaginários rabiscados no chão,
Sei que não tenho pensamentos tão ordenados,
e nem um olhar lânguido que traz uma plena sensaçao
de segurança,
como o olhar do cachorro amigão, latindo madrugada adentro,
enquanto seu dono, tenta em vão se recuperar de uma lesão emocional , que o persegue através dos séculos.