Tem dias que não estou poético.
Nada poético!
Tem dias, muitos dias em que não saem de mim nada além da aceitação servil a realidade.
Tem dias, muitos dias em que não saem de mim nenhum sentimento digno de ser examinado nas letras miúdas.
Tem dias, muitos e muitos dias em que a inanição e a apatia se banqueteiam de quem sou, me deixando ao léu de qualquer sentir.
E sei lá, sinto-me a vida a levar pela barriga ou pela cocha.
Sinto o vazio ecoar
Na parede e na cama,
Tantos vazios que são barulhentos perto daquele que existe em meu interior... pois aqui dentro não há vento a assoviar nem feno a rodar como nos filmes á contextualizar o deserto.
Essa é a centelha do nada do qual viemos e para o nada que alguns retornarão caso não suportem a eternidade.
Dentro de cada um, a música alta da eterna mudança,
E o silêncio apático, do mais profundo vazio existencial...
Mas não se sinta triste por essa sensação, cada experimentação é um universo de descobertas de quem somos, não é por que é vazio que não ensina nada, e não é por que é cheio que traz sabedoria.
ouça bem.
O auto relacionamento é a mais nobre arte dos andarilhos.