Edla Marinho

LUA

 

Lua que ao seresteiro empresta a luz
Para que cante o amor à sua amada
À janela, em dolências que a seduz
A derramar-se a ti, nas madrugadas

Serviste já de palco a muitas cenas
De tantos olhares e juras de amor
No jardim Iluminaste a açucena
Cobrindo em prata as pétalas da flor

Vejo-te, agora sempre reluzente
Mui triste lembrança me vem à mente :
Naquela noite viste meu olhar

Molhado em lágrimas de despedida
Pena não tiveste olhando - me a vida
A escurecer vendo tua luz brilhar

 

22/12/2019