Lua que ao seresteiro empresta a luz
Para que cante o amor à sua amada 
À janela, em dolências que a seduz
A derramar-se a ti, nas madrugadas
Serviste já de palco a muitas cenas
De tantos olhares e juras de amor 
No jardim Iluminaste a açucena 
Cobrindo em prata as pétalas da flor
Vejo-te, agora sempre reluzente 
Mui triste lembrança me vem à mente :
Naquela noite viste meu olhar
Molhado em lágrimas de despedida 
Pena não tiveste olhando - me a vida
A escurecer vendo tua luz brilhar
22/12/2019