Abel Ribeiro

Na sombra da esperança. Por uma estética surrealista

 

 

Eu vejo por uma fresta pequena

Grandes sombras de suor e desejo

De te amar-te vida de rosto lilás

A liberdade inteira

Pela qual o homem se torna homens

E na qual esperamos há tempos.

 

Em sangues e mãos calejadas

Subeverter o perfume daquela gente indesejada

Que desvirginou a vontade de ver

O que podia acontecer quando o frio

Penetrasse em nossos lares

De vozes fracas, roucas e turvas

Imposta de fora da casa e de dentro da sociedade

 

Duas vezes olhei para o horizonte

Olhei vossa plumagem distante

Onde o eco dos meus gritos espantam meus cabelos

Num som claro como a pena do cisne

Que se enfrente contra a cólera dos galos

Com uma chapa de aço e uma espada de esperança.