Marcelo Veloso

VENCIMENTOS E VITÓRIAS

Ninguém vence o medo quando ataca o ato sentido,

nem supera o desafio, estando o tempo perdido.

Os pensamentos podem levar a uma relação de desconforto

quando as atitudes têm, como referência, um complexo morto,

que abala a consciência com um provocar insano,

misturando vaidade, radicalismo e julgamento leviano.

 

Ninguém vence a derrota quando joga sem vontade,

nem diverge da inconstância, estando com a alma covarde.

O palrar pode traduzir, com sua eloquência, um gestual de dissabor,

em que as expressões têm, como singular, um peso opressor,

que revela a existência de um egocentrismo exacerbado,

alinhando egoismo e rudeza, em um viver pérfido e agoniado.

 

Ninguém vence os obstáculos quando neles se engrena,

nem repele o estrago, estando vazio e com a alma pequena.

A mão estendida e o abraço composto devem estar em harmonia,

assim como os pés, em compasso, sobrepondo a languidez da astenia,

fazendo que a superação seja um definido ponto reagente,

juntando, impartíveis, o corpo e o espírito, o coração e a mente.

 

Ninguém vence a solidão se semear a planta que não quer colher,

nem se regar a semente do indesejável escolher.

A sombra pode cobrir a luz que ilumina a sobriedade,

e os raios da certeza e benfazejo serem subtraídos pela vacuidade,

deixando os olhos vendados, inertes e de intenção impura,

num simplificar de decisão, sem predicados e obscura.

 

Ninguém vence o ódio se não sabe oferecer amor!