Olhe bem!
O público tá se tonando privado
Aí do seu lado
Bem na sua barba
A sua privacidade vigiada
Filmada, domada e likeada
Leva a sua vontade dirigida
Pela inteligência artificial
De velocidade total.
Você virou algoritmo!
E aquela teoria liberal
Trouxe uma felicidade artificial
Fugaz, vulnerável, ansiosa
Abriu uma ditadura da imagem
Na sua linguagem pessoal
Invadida subjetividade
Daquela privatização do desejo
Sacou a carta da manga
E ditou o que você quer quererá
Olhe!
Essa maquininha na sua mão
Ditou seu tempo
Seu agir e decidir
A forma de consumir
De agir e interagir
Olhe!
Esse admirável mundo novo
Quem lhe fez mandar mensagem
Na mesma casa, do quanto para a sala
Pode fazer você ruir.
Abel