[21:39, 02/10/2020] Kermerson Dias: Entre chegadas e partidas encontramos sorrisos infinitos.
Encontramos abraços que parecem durar uma vida inteira e olhos marejados como um oceano repleto de gotas de saudades.
A cada chegada, até o silêncio parece falar muito e um suspiro vira um imenso discurso de afeto. Nestes intervalos, vivendo tão intensamente as presenças e ausências, a gente vai amadurecendo, carregando conosco os sentimentos que nos unem.
A cada partida, valorizamos os sutis detalhes, muitas vezes imperceptíveis aos olhos nus, de quem zela mesmo à distância. Das intermináveis conversas por chamada de vídeos, que sempre tem espaço para mais um assunto; da mensagem enviada pelo nosso pai preocupado em saber se tomamos o remédio para o resfriado; da mensagem, às 6h da manhã, da nossa mãe para lembrar do aniversário da avó.
A cada chegada, aprendemos que o tempo é um bem precioso e passamos a aproveitá-lo inteligentemente, pois cada minuto conta. Cada momento é um tempo que pode nunca mais acontecer. O café da manhã em família fica mais longo, com conversas tão saborosas. Cabe risadas e piadas, e também cabem mais alguns pãezinhos e uma nova garrafa de café. Tem tempo. Aprendemos que ao morar longe da família pagamos um preço alto.
E a gente se questiona, a gente se culpa, a gente se angustia. Mas o destino, a vida e o peito às vezes pedem que a gente embarque. E nós, que fomos, viemos e iremos, não estamos livres do medo e de tantas fraquezas. Nesta jornada já aprendemos a fazer um milhão de coisas, mas voar, a vida vai ensinando lentamente.
Talvez por saber que nós aprendemos a pertencer demais aos lugares e às pessoas. E que, neste caso, poder voar nos causa crises difíceis de suportar, entre a tentação de ir e a necessidade de ficar.
E neste processo, o que nos alegra e conforta é que nas partidas levamos o que há de melhor
no coração.
Como sempre voltamos, com a certeza que encontraremos entre eles o nosso verdadeiro lar.
E amor.
@kermersondias
@cafeprosabr