“não se coloca vinho novo em odres velhos, senão os odres se arrebentam, o vinho se derrama e os odres se perdem.” Mt 9,17
Multidão
Sempre esse desejo de multidão
Como um pássaro que quer voar , mas permanece no chão.
Eu ainda entre os seus,
Mas não sou multidão.
Celebro a vida, e não a morte do respeito.
Multidão...
Imortais nas ignorâncias como abutres numa humanidade pura
Onde está a busca que transcende o coração?
Então deixe que se celebre o vã desejo da multidão.
Minha alma já foi pura lágrima
Quando arranhada nos muros que por muitos foram levantados
Não há resgate , quando num só clic, a vontade do inimigo se estabelece.
Das mãos de quem quer alcançar a vida , mas num clic produziu morte.
Minúsculos são os problemas
Mas as memórias das ações não findarão, pois a memória é movida pela vida e não pela lama.
Felicidade é uma amiga, de um segredo aqui partilhado.
No que é efêmero não me apego.
Na esperança de um dia, num clic...
A mão do criador arrancar de dentro de minha alma essa página enrrugada, amassada,
Escrita em oração e depositá-la em seu próprio coração.
Aí acordei...
E nas palmas de sua mão estava minha oração, regada em lágrimas...
Nas palmas dele que é todo coração.
NeivaDirceusm
03.07.2020
Série poesia e ficção