Me desespero, me destempero.
Me exaspero, me exonero.
Desse mundo sujo, roto e desbotado.
Desse sol que queima mais que arrependimento.
Dessa chuva que cai em blocos de cimento.
Dessa noite que me esmaga com seu fardo.
Eu transpiro, eu suspiro.
Eu blasfemo, eu deliro.
Em pranto copioso, em prece devotada.
A devora-me no brutal vazio.
Congelado de calor, queimado pelo frio.
De ansiar por tudo e não me contentar com nada.