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Elfrans Silva

A LUZ DO ALÉM DESCONHECIDO

 

Todo dia  no vicioso ciclo da história
Põe-se o sol no magnífico entardecer
Mais um dia arquivado na memória
da galeria do nosso envelhecer.

Sem receio damos as mãos à palmatória
Nos lançando quase sempre por querer
conservar a aparência irrisória
Nas vaidades que não podem nos suster.

De concreto, desde nosso nascimento,
conseguimos apenas perceber
Que o vigor nos impele ao sentimento
de se entregar as coisas que nos dão prazer.

Leiloamos na luxúria o coração
Barganhando com a sorte o destino
Confundimos a loucura com a razão
homens fortes, com fraquezas de meninos

Em que pese o poder da nossa escolha
crer ou não em um ser Onipotente
resultamos indefesos como as folhas
arrastadas por um vento veemente.

Quase sempre o destino traiçoeiro
nos espreita no que possa nos tragar
E nos vemos algemados, prisioneiros
Sem sabermos se outro dia vai chegar.

No ocaso das nossas existências
Revivemos oque resta na lembrança
pode ser que embora haja ausências
Sobre ao menos um fiapo de esperança.

De que um dia, no além desconhecido
tanto o sol, a aurora, estrelas e o luar
estes sim, é que estarão envelhecidos
mas sobre nós, a luz divina irá brilhar.