Essa pandemia me tirou o fôlego,
me deixou sem ação,
sem abraço e até sem emoção.
Me fez recuar no meu modo de agir,
prendeu minhas intenções, meu conviver e vigor,
fez de tudo para tirar minha paciência,
mas não conseguiu me desapegar do amor.
Amor que tenho a Deus, por mim e pelos meus,
amor que retumba nas amizades construídas
durante muitos anos de minha vida.
E que, apesar de não poder ter contato presencial,
não me impede do relacionamento virtual,
essa nova modalidade de conexão que me conduz,
não é a mais conveniente, mas, nesse momento,
é a mais resistente aos riscos que o momento traduz.
Olho pela janela e vejo um horizonte triste,
mas meu coração a esse sentimento resiste
e faço as contas desse tempo recluso, semoto.
Meço o grau do afastamento convivente,
não considero maldigno e nem intolerável,
assim, de uma força sinérgica, busco me abastecer,
em recolhimento, nas minhas orações,
e que me faz tão bem o sentir do aceitar do meu viver.
O espaço nos induz a um fechamento, uma aprisionar solitário,
repicado do privar de informações, que parece sonegar ao imaginário
uma previsão de momentos de compadrio.
Também nos invoca a ter resistência,
a não nos entregar ao comodismo e à fantasia
e tampouco ao exagero zureta,
permanecendo disposto a enfrentar o destempero da letargia.
Esse tempo é de aprendizagem, sem engano,
tempo de entender o significado de ser humano,
de ser um humano digno de ser de Deus.