Há quem chame saudades
visita de beija-flor,
que não tem hora marcada
e chega assim, manso,
pra curar dor.
Vem em dança leve,
bailarino com asas,
e faz tumulto no jardim.
Tem coração como plateia,
em canto florido.
Encontra água e açúcar
num pote colorido.
Plantado no vento,
criado no tempo,
é sorriso em fração de segundos.
Canta miúdo no ar, o amor,
que pousa quando a gente
simpatiza com a flor.