Encontro- me vazio, nem me sinto,
Esqueci- me de mim pareço leve.
Mas o tempo, também, não sei se minto:
Simula muito lento ou muito breve,
Tudo se me apresenta mal distinto...
Lerdeza do pensar que não se atreve
Ater-se à razão, algum instinto,
Pra dar- me inspiração: parece em greve.
Por que pensar em mim?... Nem pensar penso.
Parado estou no tempo... Esse vazio
Me leva a descobrir que o melhor senso
Está na placidez de um largo rio,
Cuja corrente nunca volta atrás:
Que de mim não me lembre e tenha paz.
Tangará, 11/2019