Me sinto enjaulada e misteriosamente condenada ao fracasso. Sinto como se tudo ao meu redor fosse feito de cartas: inconstante e frágil o suficiente pra ser destruído. Sou caótica. Me sinto a peste Negra, atacando as pessoas, contaminando-as e as sujeitando há uma morte rápida e dolorosa. Sou como uma doença mental, que modifica as pessoas e as torna desleais a elas mesmas. Sou como a morte, fria e calculista, mas tão imprevisível quanto ela. Sou como o calor do inferno, como chamas ardentes e altamente corrosiva, como o Ácido Sulfúrico. Sou pecaminosa, de alma vaidosa e dissimulada. Sou o sono de uma noite mal dormida, sou a dor de uma perda, a dor de uma traição e com certeza, sou a dor da solidão. Sou o calafrio na espinha de um medo identificado. Sou a incerteza das decisões. Sou um barco em alto mar, sentindo os ventos fortes de uma possível tempestade. Sou guerra, ódio e rancor. Sou a imagem de uma pátria destruída, sou a inveja e a soberba. Eu sou a briga dos casais, a discórdia das famílias e a rivalidade entre os inimigos. Sou eu quem move o mundo. Sou a salvação e a destruição.